carlos piecho
Light Flight
luminosos seres alados revoam o espaço
coreografias de movimento luz e som
interagindo com público e espaços
Objectos construídos segundo técnica original
são manipulados em espaços exteriores,
numa animação de percurso de grande impacto visual
palavra de giz
um exercício maniqueísta
palavra de desordem maniqueísta
sair da zona de conforto semântica
mais do que afirmar provocar, pela contradição vincada,
um ataque à zona cinzenta do cérebro onde se abriga
a infértil indeterminação
escolher o flanco e a esquina indelével da palavra
correr o calculado risco da sistematizada loucura
abraçar com todo o corpo, alma e espírito- o santo e o outro -
a sandice e o mau gosto sabendo fazer parte de um todo
rir de tudo
rir não como panaceia mas como modo de vida
Bestial Bestiário atribuído a Dário hipotético deus da bestialidade
desde que me auto-intitulei "artista de variedades" que,
de forma quase involuntária, perdi a necessidade de ser coerente.
menos mecânico foi o corte com a obrigação de o ser,
essa ruptura sim já envolveu trabalho estratégico
desmontar a coerência é como jogar um jogo, sem regras ou se tanto, de perder para ganhar
das palavras, seguir os sons e seus ritmos, cores e alguns cheiros
mergulhar no desconhecido submundo (a)lógico
sem procurar, encontrar a besta aqui
onde os truques do intelecto pouco valem
13 bocas
de
navalha
13 bocas de navalha
escrevo o que fotografo ou fotografo o que escrevo?
a minha memória é agudamente fotográfica
short stories de uma visão hiper-realista
nota:
estes textos deram corpo a um espectáculo com o mesmo nome
estreado em 1998
IS SEM OUS
ah se fosse possível
a cada imagem desenhá-la de memória em papel vegetal
e a seguir todas ajustar em vidro de janela
coincidentes sendo possível
com o sol
vindo da rua
a iluminar os traços
os carregados
os tão esbatidos
e sombras, as sombras
fantásticas sombras
ah que ordem seguiria?
a do tempo perdido
pelo proveito
a dor
pelo cheiro?